domingo, 2 de agosto de 2015

O meu sonho realizado!

Carta escrita no dia 01 de agosto de 2015.


Filho(a),

Passei a vida inteira sonhando em te gerar. Apesar de estar sendo tudo totalmente diferente do que eu imaginava, você está aqui, você é real, meu amor.
Nos meus sonhos de menina, imaginava que aos 21 me casaria. Aos 30 já teria 3 filhos, assim como a vovó. (risos)
Hoje a mamãe tem 35 anos. Muita coisa aconteceu e o tempo acelerou, filho(a). Dos 25 aos 35, a vida passou tão rapidamente que me assustou! Me vi aos 34 anos, sem realizar o meu grande sonho. Pelos caminhos que a mamãe trilhava, você me parecia uma ilusão tão distante... até que há poucos meses atrás conheci o seu pai e então voltei a sonhar: meu amor, meu filho(a), meu bebê... Confesso, querido(a), que dentro de mim sentia uma certa urgência. Eu escolhi não desistir do meu sonho, não desistir de você. Acabamos então atropelando algumas etapas da vida (eu e o papai). Etapas essas que no final só se tratam de convenções sem sentido impostas pela sociedade. Mas o que eu quero que você entenda, é que independente do ideal de família perfeita que talvez tentem te ensinar, família é qualquer lugar onde exista amor, não importando a sua composição elementar. E eu vou lutar todos os dias para construir o nosso lar, infiltrado de sentimentos sólidos revestidos de amor e esperança. Inviolável e indestrutível.
Meu amor, logo mais quando você vier ao mundo, irá perceber que por mais que a gente sonhe e faça planos, nada acontece exatamente como a gente gostaria que acontecesse, mas, seja lá como for, precisamos estar preparados para enfrentar as situações diversas da melhor maneira possível. Isso é saber viver.
De todas as certezas que a sua mãe acreditava ter na vida, apenas uma permaneceu intacta até o fim: nasci para ser mãe, para ser a sua mãe!
Hoje você tem um tamanho de um grão de lentilha, crescendo no ventre da mamãe. Mas o  amor que eu já sinto por você é tão infinito... Me sinto responsável por sua vida. Me cuido querendo te cuidar. É algo mágico e único. Sei que não serei a mãe perfeita, mas prometo todos os dias te dar o melhor de mim e nunca deixar de aprender junto com você.
Mesmo sendo tão cedo, não te enxergo como um aglomerado de células como tenho lido nos diversos livros sobre gravidez e bebês que passo o meu tempo livre lendo. Te sinto vivo, querido(a). Mais do que nunca sinto vida pulsando dentro de mim. E me recuso a ser pessimista. Te sinto bem, meu amor. E sei que tudo dará certo!
Não vejo a hora de sentir seu cheiro, a temperatura de sua pele, te fazer cafuné até você dormir. Te levar à escola, te ensinar a fazer o dever de casa. Vovó e vovô te amam. Seus cachorrinhos também! Mamãe ama os animais e irá te ensinar a amá-los e respeitá-los também. Ah, e mamãe é uma chorona. Tô chorando só de imaginar todas essas coisas, então não ligue se eu chorar quando ouvir suas primeiras palavras, quando os dentinhos nascerem, quando você tirar notas boas na escola ou quando você se machucar. Todas as minhas lágrimas são de amor por você, a parte mais importante de mim.

Com amor,
Mamãe.



Essa é a primeira das diversas cartinhas que pretendo escrever para você, com a esperança de que quando você for adolescente queira ler... e saber um pouco das nossas experiências, da vida, e da caminhada de mamãe antes de você chegar.
Hoje eu sou Marília, a sua mãe! Logo mais quando eu souber seu sexo vou poder te chamar pelo seu nome, não vejo a hora! Obrigada por ter escolhido o meu ventre, meu anjo. Mamãe te ama infinitamente.